Após abaixo-assinado, OAB-RJ apoia mudança de nome do Engenhão

Uma campanha pela mudança do nome oficial do Engenhão, “Estádio Olímpico João Havelange”, movimentou as redes sociais nos últimos dias. Envolvido em esquemas de recebimento de propina (pagamento ilegal) quando presidia a FIFA, Havelange pode ter seu nome substituído no estádio por “João Saldanha”, que foi jornalista e técnico da Seleção Brasileira. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Rio de Janeiro fez coro à mudança.

Jean-Marie Faustin Goedefroid de Havelange ("João Havelange"), foi presidente da FIFA de 1974 a 1998.

Para o presidente da OAB-RJ, Wadih Damous, a substituição do nome do Engenhão é justa, já que, em suas palavras:

"João Saldanha foi um apaixonado pelo futebol. Um homem íntegro e idôneo, do qual só temos boas lembranças".

João Saldanha foi o treinador da seleção brasileira que se classificou para a Copa de 1970. Teria sido derrubado do cargo pela ditadura militar da época, que não queria um comunista como possível líder do tíme campeão do mundo. Muito corajoso, criticou o regime militar que matou e desapareceu com várias pessoas. Foi apelidado de "João Sem Medo".

A mobilização para a mudança é uma iniciativa de torcedores do Botafogo que usaram a internet para protestar que João Havelange, além de não ser botafoguense, está envolvido em episódios de corrupção.

Um abaixo-assinado foi criado pedindo a mudança de nome do estádio depois que a Suprema Corte da Suíça liberou documentos de uma investigação liderada por um tribunal daquele país que aponta Havelange como um dirigente que, nos anos 90, recebeu propina da agência de marketing ISL, para atuar para que esta empresa ganhasse contratos com a FIFA. Outro envolvido no esquema é seu ex-genro Ricardo Teixeira, presidente da CBF entre 1989 e 2012 e que pediu demissão do cargo no início do ano.

ENTENDA O CASO

Em 11 de julho de 2012, a FIFA divulgou texto comprovando envolvimento de Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, e João Havelange, atual presidente de honra da própria FIFA, em caso de corrupção. O documento aponta pagamentos da agência de marketing ISL aos dois em troca de facilidades na aquisição dos direitos de televisão das competições.

Segundo o texto, Teixeira teria recebido pelo menos R$ 26 milhões em propina. Havelange teria sido pago no equivalente a R$ 3 milhões.

Eleito presidente da CBF em 1989, Ricardo Teixeira, 65 anos, chegou ao poder do futebol brasileiro apoiado por Havelange, na época presidente da FIFA e genro de Teixeira. Desde então, Teixeira passou a ser o homem mais poderoso do futebol brasileiro e ficou por 23 anos no poder. Em 2012, o dirigente deixou o comando da CBF, alegando problemas de saúde e familiares e foi viver na Flórida, nos EUA. Contudo, outros motivos podem ter feito Teixeira renunciar: a Justiça suíça já tinha obrigado a FIFA a mostrar tais documentos – logo, sua corrupção se tornaria conhecida.

Já João Havelange, 96 anos, que ainda tinha cargo no Comitê Olímpico Internacional (COI) renunciou a ele justamente para fugir de penas que seriam impostas por causa da sua relação com a ISL.

Adaptado de: TERRA. Após abaixo-assinado, OAB-RJ apoia mudança de nome do Engenhão. disponível na internet. <http://esportes.terra.com.br/futebol/copa/2014/noticias/0,,OI5990930-EI18776,00-Apos+abaixoassinado+OABRJ+apoia+mudanca+de+nome+do+Engenhao.html>. julho/2012.

QUESTÃO (Data limite para envio da resposta: 3/8/2012):

Quem são as pessoas que começaram o movimento para mudar o nome oficial do Engenhão? Quais são os seus motivos para quererem retirar o nome de Havelange do estádio?